Relacionomentos como ícone e índices da hipermodernidade. MANDE SEU DEPOIMENTO PRA GENTE! LUANAOFF@GMAIL.COM, BELABH18@GMAIL.COM OU PEDROPPMELO@GMAIL.COM
segunda-feira, 13 de junho de 2011
O que a internet tem a ver com isso?
Entre os dias 15 e 25 de março eu (@aluanaborges) e a @belafcbelissima realizamos uma pesquisa para mensurar o estrago que a Internet provoca em nossos relacionamentos amorosos, especificamente no namoro.
Depois da avaliação quantitativa partimos para o estudo, abraçado pelo @pedroppmelo que nos ajudou a mensurar os resultados.
Um dos dados mais significativos da pesquisa diz respeito à instantaneidade do mundo atual, chamado por Lipovetsky de hipermodernidade, tempo no qual vivemos e onde somos avatares de nós mesmos.
A maioria dos respondentes afirmou já ter deletado ou ter sido deletado por ex-namorados com o intuito de excluir ou ser excluído da vida de alguém.
É um resultado digno da nossa reflexão, uma vez que diz respeito à superficialidade com a qual temos vivido nossos relacionamentos. (Para deletar alguém, aperte um botão. Mais simples que fazer um bolo de chocolate com mistura pronta).
Lembrei-me de Carlos Drumond de Andrade e seu pensamento que nunca morre.
"Impossível compor um poema a essa altura da evolução da humanidade.
Impossível escrever um poema - uma linha que seja - de verdadeira poesia.
O último trovador morreu em 1914.
Tinha um nome de que ninguém se lembra mais.
Há máquinas terrivelmente complicadas para as necessidades mais simples.
Se quer fumar um charuto aperte um botão.
Paletós abotoam-se por eletricidade.
Amor se faz pelo sem-fio.
Não precisa estômago para digestão.
Um sábio declarou a O Jornal que ainda falta
muito para atingirmos um nível razoável de
cultura. Mas até lá, felizmente, estarei morto.
Os homens não melhoram
e matam-se como percevejos.
Os percevejos heróicos renascem.
Inabitável, o mundo é cada vez mais habitado.
E se os olhos reaprendessem a chorar seria um segundo dilúvio.
(Desconfio que escrevi um poema.)"
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